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26/06/2020

Modos de ver e lidar com o corpo

Fomos ensinados e treinados a pensar que as doenças são causadas por algo externo a nós mesmos. Mais ainda: que os órgãos do nosso corpo são como peças de uma máquina, assim como um automóvel ou uma lavadora de roupas; e que a nossa mente funciona como um computador. Assim, acreditamos que sofremos do estômago, do fígado, do baço, dos pulmões... da mente. Então, buscamos especialistas que nos encaminham a outros especialistas que invadem e cortam nossos corpos e nos enchem de remédio de farmácia.

O que muitos entre nós não sabem é que esse jeito de olhar e lidar com o corpo e a doença é apenas um jeito. Interessante, mas tão somente um jeito. Há outros. Aliás, muitos outros. Alguns têm cerca de 6 mil anos de registros históricos, ou seja, há milênios vêm sendo testados, corrigidos, ampliados, aperfeiçoados.

A MTC - Medicina Tradicional Chinesa -, como se convencionou denominar um conjunto de terapêuticas milenares no continente asiático, é um desses outros jeitos. Anda mais antigo é a 'ciência da vida', ou Ayurveda. Há também a chamada Medicina Grega e, seguramente ainda mais antiga do que essas, a que responde genericamente por Medicina Indígena, através de seus pajés, rituais, plantas, banhos...

O princípio básico dessas práticas medicinais é filosófico, diferentemente da atual Medicina Analítica, que se fundamenta na ciência moderna. Lembrando que o termo princípio quer dizer algo que tem origem e permanece, para essas outras artes de cura [exatamente o que significa Medicina], há uma substância não material e não visível, cujo nome é energia, que é responsável por toda e qualquer mudança em termos de vida. A MTC lhe dá o nome de Qi ou T'Chi.

Energia Qi - ou energia primordial ou o equivalente em outra cultura: força material, matéria, matéria-energia, força vital, energia vital... - é uma essência que governa e alimenta cada indivíduo e a natureza. É como a chama de fogo que mantém a vida, colocando-a em movimento através de canais energéticos ou Meridianos. Dessa forma, atua tanto dentro como fora dos corpos, sustentando o mundo material.

Quando é a energia vital o princípio que orienta a arte da cura, pode-se dizer que há, então, a prática da Medicina Sintética, que vê e trata o corpo não como máquina, mas como um todo. Sinais e sintomas são observados, diagnosticados e cuidados a partir de uma análise global do indivíduo para, então, buscar causa, natureza, localização da doença, relacionando-a com a energia vital. A terapia não é para esse ou aquele órgão, mas para o conjunto dos órgãos. Isto quer dizer que uma mesma doença pode ser tratada de maneira diferente, do mesmo modo que diferentes doenças podem ser tratadas de maneira semelhante. 

Vale dizer, por fim, que nessa perspectiva, o foco não é a doença, mas o doente. Os sintomas servem como guias para o que mais interessa, ou seja, o desequilíbrio energético que, de fato, faz aparecer a doença e o sofrimento.

E não é incrível que essas outras formas de conhecimento sejam simplesmente ignoradas por grande parte dos profissionais da saúde?

02/06/2020

Yin e Yang

“Só temos consciência do belo
Quando conhecemos o feio.
Só temos consciência do bom
Quando conhecemos o mau
Porquanto o Ser e o Existir
Se engendram mutuamente
O fácil e o difícil se completam
O grande e o pequeno são complementares
O alto e o baixo formam um todo
O som e o silêncio formam a harmonia
O passado e o futuro geram o tempo (...)”
[Tao Te Ching]

Esta ideia se repete em muitas outras culturas mundo afora. Para os chineses, tem a ver com o conceito de energia. O símbolo [junção de múltiplos pedacinhos] é Yin e Yang.

Yin tem a ver com o lado escuro da montanha e Yang, o lado iluminado da montanha. É o mesmo que sol e lua, figura e fundo, positivo e negativo. De um lado, o ativo, dinâmico e masculino. De outro, o passivo, estático e feminino. Dois lados da mesma moeda. Opostos que se complementam: um não existe sem o outro.

A polaridade se manifesta em tudo. Um polo contém o outro e também é contido pelo e no outro. Ora um, ora outro se sobressai, mas somente por um tempo. O que aparece é a dança dos contrários: lentamente um cresce até a destruição do outro, ao mesmo tempo em que o outro vai se transformando no um.

O que, de fato, os caracteriza é o movimento. Jamais estão estagnados!

Yin e Yang são opostos, mas não competem entre si. Não são confundem com bem e mal, como quer o maniqueísmo, que atribui valores ao que se opõe: ‘isto é do bem e aquilo é do mal’… O que interessa é o possível equilíbrio [bom] ou desequilíbrio [mau] entre eles.